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quinta-feira, 22 de março de 2007

O Livro na Idade Média

"Para se fabricar o livro era preciso em primeiro lugar dispor de pergaminho, pele de carneiro ou de cabra, que se cortava rectangularmente e se dividia em cadernos, depois de ter sido metida em solução de cal (para tirar a gordura), secada, esfregada e polida com pedra-pomes. Diante do pergaminho cortado e dobrado, o copista, depois de riscar com um lápis aquilo a que hoje chamamos mancha (o espaço destinado às letras e as linhas), tomando o raspador numa mão e a pena de ave na outra, traçava minuciosamente os caracteres, deixando em claro as iniciais e o espaço para as decorações. Outro artista vinha encher esses espaços em branco, desenhando grandes iniciais muito enfeitadas a vermelho, azul, verde, por vezes a ouro e prata; outro ainda pintava ornamentações, em certos casos pequenos quadrados de assunto relacionado com o texto.

A preciosidade, que levava anos a concluir, era finalmente rematada com grossas capas de tábuas cobertas de metal e uma sólida fechadura. Resguardava-se, assim, quanto possível, o tesouro encerrado dentro das capas. Estas tornavam-se também, por vezes, obras de arte, de prata cinzelada ou marfim engastado de pedras preciosas.

Nos conventos, os livros ficavam dispostos sobre carteiras onde os monges iam consultá-los, frequentemente presos por uma corrente.

Os particulares legavam-nos como jóias entre os mais valiosos bens."

in António José Saraiva, "História da Cultura em Portugal"

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